domingo, 6 de junho de 2010

NÃO EM NOME DA INTERSINDICAL.

INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA.


06 de outubro de 2009.

A partir do encerramento de um ciclo de instrumentos que nasceram com a classe trabalhadora que hoje se transformaram em seu contrário e trabalham contra a classe, um processo de reorganização iniciou-se no movimento dos trabalhadores.Esclarecemos mais uma vez isso porque de forma oportunista os que romperam com a Intersindical e buscam uma fusão com a Conlutas, usam o nome da Intersindical para noticiar lutas que não organizaram, como a greve dos Metalúrgicos na região de Campinas onde conseguimos 10% de reajuste, sendo o aumento real nos salários de 5,32% o maior índice garantido nas campanhas salariais de 2009.




Em junho de 2006 dezenas de Sindicatos, oposições e coletivos de trabalhadores organizados em diversas categorias lançam a proposta de construção da INTERSINDICAL - um instrumento de luta e organização da classe trabalhadora.



No segundo semestre de 2007 o governo Lula edita Medida garantido reconhecimento legal das centrais sindicais e junto a isso o financiamento das mesmas através do imposto sindical. A partir disso um “frison” se instala em setores da vanguarda da classe, completamente à distancia da base real dos trabalhadores.


Os militantes sindicais do PCdoB rompem com a CUT e criam a CTB, os militantes em sua maioria do PSTU que já em 2005 tinham rompido com a CUT se colocam em movimento para legalizar a Conlutas como Central sindical e militantes do PSol que ajudavam a construir a Intersindical também rompem e passam a se denominar no movimento como “Intersindical, instrumento de luta, unidade da classe e construção de uma central”.


A Intersindical- instrumento de luta e organização da classe trabalhadora se mantém, além de ampliar seu trabalho e consolidar-se em 14 estados. Na contra-ordem do senso comum militante, entendemos que outra Central nascerá a partir do movimento da classe não de forma espontaneísta, mas sim junto com a classe e não pela classe, na representação formal e distante da grande parte dos que hoje estão inscritos para construção de um novo aparelho.


Também a Conlutas ao fazer criticas a esse setor, por conta das divergências que existem entre eles na forma e conteúdo dessa nova central, se utiliza erradamente do nosso nome.



A Intersindical de construção de uma nova central é a entidade que têm militantes que verbalizam a construção imediata de uma nova central, mas que mantêm filiação à CUT ainda em vários sindicatos e federações. A Intersindical nova central tem data marcada para acabar, pois buscam uma fusão a qualquer custo até o primeiro semestre de 2010, pois não querem que as demandas sindicais atrapalhem o processo eleitoral do próximo ano.



Tanto a Conlutas como a Intersidical-nova central, tem legitimidade para irem rumo a uma fusão, bem como legitimidade para divergirem entre si nos espaços reais e virtuais, mas não tem legitimidade alguma para tentar gerar confusão usando de meias nomenclaturas. Façam o que quiserem, mas não com o nome da INTERSINDICAL-INTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA.




A INTERSINDICAL- Instrumento de luta e organização da classe trabalhadora, seguirá sua construção e ampliação com total independência dos patrões e dos governos, autonomia em relação aos partidos e a partir dos locais onde a classe está fazer das ações cotidianas a busca por uma nova sociedade, uma sociedade socialista.


 
 
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Intersindical repudia criminalização do MST.

E conclama à todos para a construção de uma grande campanha nacional contra a criminalização dos movimentos sociais.

Os movimentos sindicais e populares em todo país têm sido vítima de uma investida dos patrões, governos e de órgãos do Estado brasileiro, sem precedentes desde a redemocratização. Os ataques vão desde repressões militares às greves e manifestações de rua, interditos proibitórios, processos criminais contra militantes, até as demissões de dirigentes em plena atividade sindical sob a baqueta dos governos e da truculência patronal.






Figuram como prova inconteste do avanço dessa repressão às ousadas declarações, publicadas no último dia 24 de junho, constantes no relatório recentemente aprovado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em que o Promotor Gilberto Thums declara: “Voto no sentido de designar uma equipe de promotores de Justiça para promover ação civil pública com vistas à dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade” e ainda “Cabe ao Ministério Público agir agora. Quebrar a espinha dorsal do MST”.





Diante desse ataque o MST já se pronunciou afirmando que depois do massacre de “Eldorado do Carajás, esse é o fato mais marcante da história do movimento”, ressaltando que trata-se de um órgão do Estado limitando um movimento sindical e popular, situação só vista nos tempos de ditadura militar.


Diante desses acontecimentos a Coordenação Nacional da Intersindical resolve:





1- Manifestar com vigor o mais absoluto repúdio a postura do Ministério Público do RS em sua cruzada contra o MST.



2- Prestar irrestrita solidariedade e se colocar a disposição do MST, para as medidas que se fizerem necessárias no sentido de conter os ataques contra o movimento.





3- Assinar e convocar todas as entidades sindicais a assinarem o manifesto contra a criminalização do MST que pode ser encontrado na íntegra no site: http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=5519





4- Apontar a necessidade urgente de se construir uma grande campanha nacional contra a criminalização dos movimentos sociais e do povo, com materiais e atividades em todo país. Solicitando às entidades sindicais e populares que enviem relatórios, casos, processos, imagens etc para que possamos propor uma ampla campanha de denúncia dessa investida política e repressora contra a Organização, Liberdade e Autonomia dos movimentos sociais em luta pelos seus direitos.





Coordenação Nacional da Intersindical


 
 
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O CAPITAL E SEUS GOVERNOS AVANÇAM CONTRA A CLASSE TRABALHADORA.

O capital para se recuperar de suas crises ataca a classe trabalhadora. Só conseguem recuperar seus lucros e aumentar sua riqueza diminuindo os salários e os direitos da classe trabalhadora.



Para isso contam com o Estado que através dos governos promovem uma séria de reformas que tem o único objetivo de diminuir o valor do nosso trabalho.


No Brasil o governo Lula prepara reformas com esse objetivo. Na reforma da Previdência dizem que é preciso igualar a idade entre homens e mulheres para aposentadoria. O que chamam de privilégio é um direito das mulheres garantido através da luta, pois nessa sociedade o serviço doméstico é imposto como uma tarefa exclusiva das mulheres e dessa forma a maioria absoluta das mulheres trabalhadoras sofre com a dupla jornada.


Querem mais: dizem que as aposentadorias dos trabalhadores e trabalhadoras rurais encarecem os cofres públicos e assim atacam os direitos das trabalhadoras e trabalhadores no campo, mas nada fazem contra os usineiros novos heróis do governo Lula que se enriquecem através do trabalho dessas mulheres e homens que estão morrendo no corte da cana de tanto trabalhar.


O ministro da Previdência amplia o machismo presente na sociedade ao dizer que as mulheres jovens que recebem pensões são privilegiadas, porque ao invés de receberem esse auxilio deveriam procurar um novo marido. É mais uma das formas de dizer que nosso corpo é mercadoria, que nossa existência e sobrevivência deve estar submetida aos homens.


Além disso, os empresários pressionam e o governo Lula se apressa em realizar uma reforma trabalhista que possa flexibilizar e acabar com direitos como a licença maternidade, que para os patrões é um direito que atrapalha seu processo de exploração.


 
EM LUTA POR UMA VIDA PLENA E DIGNA.
 
A cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de violência.
Violentadas e assassinadas, levadas para outros países como produto de consumo, vitimas das clinicas clandestinas de aborto e exploradas no processo de produção.



O número de mulheres infectadas pela AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis crescem e com os números cresce também a conivência e a hipocrisia daqueles que dizem defender a vida.


A Igreja Católica tem nesse ano como tema da Campanha Fraternidade a “Defesa da Vida”, que tem por objetivo intervir nas políticas publicas e dizer o que deve ou não fazer o Estado. Eutanásia, pesquisa com células tronco, distribuição de preservativos e anticoncepcionais como a garantia de realização do aborto na rede pública, para a Igreja são atentados contra a vida.


Mas se esquecem ou escondem as milhares de mulheres que morrem a cada ano vitimas dos abortos clandestinos e em decorrência da AIDS. Morrem por serem trabalhadoras e não terem acesso a um serviço público digno e a métodos contraceptivos.


Pelas ruas das cidades, nas praças e escadarias das igrejas, crianças vagam sem casa, sem pais, sem comida e morrem sem completar 10 anos de vida.


Defender a vida é defender as mulheres pobres e trabalhadoras para que tenham direito aos métodos contraceptivos e acesso a saúde.


Defender a vida é garantir educação, moradia e saúde para nossas crianças e jovens que a cada dia são vitimas da fome, da violência que conta com o silencio do Estado.


A INTERSINDICAL ESTÁ NA LUTA DAS MULHERES E DO CONJUNTO DA CLASSE TRABALHADORA


- CONTRA AS REFORMAS DO GOVERNO LULA QUE ATACAM OS DIREITOS


- FIM DA IMPOSIÇÃO DO SERVIÇO DOMESTICO: POR CRECHES E LAVANDERIAS COLETIVAS.


- PELO DIREITO DE DECIDIR. FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO E LEGALIZAÇÃO JÁ.


- PELA CONSTRUÇÃO DE CASAS ABRIGO ÀS MULHERES VITIMAS DE VIOLENCIA


- PELA REDUÇÃO DA JORNADA, SEM REDUÇÃO DE SALARIOS E AMPLIAÇÃO DOS DIREITOS


- POR ACESSO A SAÚDE, PREVIDENCIA, EDUCAÇÃO E MORADIA


E nas lutas que não se acabam no 8 de março buscar a superação dessa sociedade capitalista e machista, construir uma nova sociedade onde mulheres e homens possam viver num mundo de iguais.






Coordenação Nacional da Intersindical.

 
 
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Santa Catarina: Mulheres trabalhadoras em movimento.

Uma luta da classe trabalhadora.

No dia 10 de março, mais de 450 trabalhadoras têxteis de Blumenau/SC reuniram-se no Sindicato para discutir sobre os problemas que sofrem as mulheres no dia a dia.



A opressão e exploração a que são submetidas nos locais de trabalho, serviço doméstico, violência, foram as principais discussões desse importante Encontro, onde as trabalhadoras mesmo num dia em que estavam indo ou voltando do trabalho estavam com muita disposição para a luta.


No Encontro a importante conclusão de que os ataques sofridos pelas mulheres devem ser enfrentadas numa luta geral da classe trabalhadora, pois o Capital e seu Estado se utilizam da desigualdade imposta socialmente para aumentar a exploração contra mulheres e homens trabalhadores.


Portanto uma luta de classes e as trabalhadoras têxteis estão se colocando em movimento mais uma vez junto ao conjunto da classe trabalhadora.


Trabalhadoras que em 2008 foram fundamentais para construir a forte greve que parou a produção nas empresas do ramo têxtil em Blumenau por aumento salarial e melhores condições de trabalho.


E nesse ano uma das principais lutas é pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Esse Encontro é parte das atividades em que a Intersindical esteve presente dentro das mobilizações que realizamos no mês de março. Das lutas especificas a luta geral da classe trabalhadora. Mulheres e homens trabalhadores por nenhum direito a menos e avançar nas conquistas. Das lutas cotidianas a busca por uma outra sociedade onde ser diferente não signifique ser desigual, uma sociedade socialista.

 
 
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NENHUM DIREITO A MENOS, AVANÇAR NAS CONQUISTAS.

Reduzir a jornada de trabalho, manter e ampliar direitos.

Crianças morrendo dentro das fabricas, sendo engolidas por máquinas muito maiores que seus próprios corpos, mulheres parindo no meio da linha de produção, homens morrendo após mais de 20 horas de trabalho.




A luta pela redução da jornada de trabalho atravessou séculos. Homens e mulheres deram sua vida para que classe trabalhadora tivesse o direito ao mínimo descanso depois do processo cruel de produção, cuja força de trabalho é a única mercadoria que no processo de produção quanto mais se desgasta mais gera valor.


Na Europa e nos EUA os trabalhadores e trabalhadoras através das lutas construídas na década de 70/80 garantiram a redução da jornada de trabalho. O Capital na década seguinte fará seu movimento de buscar ampliar e aprofundar a exploração da classe trabalhadora em outras áreas.


A partir da década de 90 com o processo da reestruturação produtiva as grandes multinacionais impõem aos trabalhadores uma série de mudanças no processo de trabalho que garantiram a intensificação e o aumento da produtividade com as novas tecnologias e a flexibilização da jornada de trabalho.


Um dos principais mecanismos da flexibilização da jornada se deu através do Banco de Horas um sistema onde a jornada permanece inalterada, as horas extras não são pagas e fazem parte de um Banco, que serve para atender as demandas da empresa, ou seja, em picos de produção horas trabalhadas além da jornada, em baixa produção as horas trabalhadas a mais durante o pico de produção são transformadas em folgas aos trabalhadores, controladas pela empresa.


O resultado para os trabalhadores foi o aumento da exploração de sua força de trabalho, como também dos acidentes e doenças provocados pelo trabalho, porque a “Qualidade Total” marca do processo da reestruturação, veio acompanhada da piora das condições do trabalho, pois a modernidade tão propagandeada, produziu um exército de doentes no trabalho: lesões por esforços repetitivos, depressão, morte por excesso de trabalho.


A marca do período que vivemos é do prazo de validade cada vez menor de nossa força de trabalho, ou seja, o Capital combinou no país os mecanismos de intensidade e produtividade no processo de trabalho, fazendo com que os trabalhadores e as trabalhadoras adoeçam cada vez mais rápido e sejam jogados como refugo no processo de produção de valor.


Extensão das jornadas, através de horas extras, onde os trabalhadores são levados seja por um endividamento crescente e pela pressão direta das empresas a recorrem cada vez mais as horas extras. A exceção passa a ser regra: horas a mais durante a semana regular e obrigatoriedade do trabalho aos sábados e domingos.


Junto a isso o Estado através da política de reformas auxilia o Capital com várias medidas: não reconhecimento do nexo entre a doença e o trabalho exercido, altas programadas onde o trabalhador retorna ao trabalho sem as mínimas condições e estabilidade, diminuição da concessão de auxilio previdenciário entre outros fazem parte do pacote de uma reforma da previdência que há muito tempo já se realiza através de medidas provisórias ou ordens de serviço internas do governo.


Para baratear ainda mais o valor pago a única mercadoria quem tem a classe trabalhadora; sua força de trabalho, o Capital institui o banco de horas como uma nova ferramenta que adequa a jornada de acordo com sua demanda e coloca os trabalhadores a mercê das necessidades das empresas.


No Brasil parte do movimento sindical adere a proposta de Banco de Horas que veio acompanhada do argumento que seria esse um instrumento capaz de barrar as demissões. Assim sindicatos ligados à Força Sindical e uma parcela importante de sindicatos filiados a CUT fazem acordos com várias empresas aceitando o banco de horas.


Exemplos são muitos que demonstram que o Banco de Horas além de não manter ou ampliar empregos, conseguiu reduzir ainda mais o valor da força de trabalho. Destacamos os acordos dos metalúrgicos na Volks em São Bernardo e Taubaté no estado de SP, onde as demissões seguiram, a redução de salários e piso foram feitas após o banco de horas e recentemente se formalizou em acordo a obrigatoriedade de trabalho em 33 sábados no ano de 2008 na planta de Taubaté.


São essas centrais sindicais que agora constroem uma agenda de pressão institucional para exigir a redução da jornada de trabalho, mas ocultando a realidade dos trabalhadores que estão em sua base social, que amargam as conseqüências da flexibilização da jornada de trabalho.


Parte significativa do movimento sindical resiste a essa proposta de pacto com o Capital e enfrentando não só as empresas, mas também os instrumentos do Estado. Além de não se submeter ao banco de horas, consegue através da mobilização a partir dos locais de trabalho a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.


Alguns exemplos são de setores importantes da indústria metalúrgica em cidades como Campinas, Limeira, São José dos Campos no estado São Paulo que já têm jornadas reduzidas que variam entre 40 a 42 horas semanais.


Recentemente os operários na General Motors enfrentaram a proposta da empresa de implementação do Banco de Horas, com redução do piso salarial. A empresa anunciou a contratação de 600 funcionários em contrato por prazo determinado, ou seja, sem nenhum direito e o Estado através da Prefeitura e maioria da Câmara de Vereadores realizou campanha na cidade em defesa da empresa garantindo isenção de impostos. Os trabalhadores resistiram ao ataque orquestrado da multinacional e rejeitaram a redução de salários e direitos. Essa luta tem contado com a participação da Intersindical na construção de uma Campanha Nacional em defesa da ampliação dos direitos e da diminuição da jornada sem redução de salários.


É preciso que a redução da jornada de trabalho sem redução salarial seja uma realidade do conjunto da classe trabalhadora. O Capital que na década anterior ocupou a América Latina para aumentar seus lucros através da exploração da força de trabalho, segue querendo mais: na Europa está na pauta de importantes países como França e Alemanha o aumento da jornada de trabalho.


Por isso a Intersindical dentro da Campanha Nacional “Nenhum Direito a menos, avançar nas conquistas” terá a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e direitos como parte fundamental das mobilizações que vamos construir no ano de 2008 a partir dos locais de trabalho.


Manter e ampliar direitos! Enfrentar o desemprego e todas as investidas do Capital para aumentar a exploração é a base da ação da Intersindical na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários e direitos.




Coordenação Nacional da Intersindical.


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APRESENTAÇÃO NACIONAL.

Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora.

No dia 04 de maio na cidade de Campinas em São Paulo, trabalhadores de base e dirigentes de diversas categorias, reuniram-se para um debate sobre a crise vivida hoje pelo conjunto do movimento sindical e para a discussão em torno da proposta de reconstrução da Ação e Organização Intersindical.



Nossa discussão teve como base a situação vivida pelo conjunto da classe trabalhadora e a crise enfrentada hoje pelos principais instrumentos construídos pelos (as) trabalhadores (as) no País.



Somos de uma geração ou herdeiros dela que enfrentou a ditadura e o Capital através de enormes manifestações, greves e movimentos e que ao fazê-lo se deparou com a necessidade de criar um instrumento capaz de unificar e organizar o conjunto da classe trabalhadora em suas lutas. Dessa maneira e com essa missão nasce a Central Única dos Trabalhadores.



Afirmando a luta contra a ditadura, pela liberdade e autonomia sindical, na defesa intransigente da independência de classe e na busca por uma sociedade socialista, milhares de trabalhadores (as) espalhados pelo País construíram a Central Única dos Trabalhadores.



Com o passar do tempo o instrumento, que organizou e unificou o movimento para que esse não fosse o pequeno passo de uma determinada categoria, mas sim a força de uma classe produtora de riquezas, está paralisado e atendendo a interesses que transformam a CUT a cada dia em seu contrário.



Essa guinada inicia-se na década de 90 de maneira mais visível, esta crise se origina de dois processos combinados. Um deles diz respeito à situação da classe em tempos de globalização neoliberal como uma nova forma de manifestação do capital, que provocou alterações profundas no mundo do trabalho e na estrutura do Estado. Gerando um duro ataque aos(as) trabalhadores (as) , com a precarização das condições de trabalho. Outro é o processo de burocratização das direções sindicais e principalmente da direção majoritária da CUT chegando ao seu atrelamento ao governo Lula, tendo como exemplo a cooptação de dirigentes para a direção de empresas através dos fundos de pensão e apadrinhados políticos nas diversas esferas do governo.



Tais direções, ao invés da ação direta na perspectiva da superação da sociedade de classes, propõem a conciliação com o Capital, como se fosse possível pacto entre desiguais.



A experiência vivida durante a década de 90 é coroada com a chegada de Lula à Presidência da Republica, a partir de então vamos viver as conseqüências drásticas para nossa classe por conta da submissão e defesa cega da CUT em relação ao governo.



Não apoiou a luta do funcionalismo público contra a Reforma da Previdência e, mais do que isso até o último momento tentou “florear” o projeto do governo, além de colocar trabalhadores do setor privado contra os do setor público.



Participou ativamente do Fórum Nacional do Trabalho, elaborando uma Reforma Sindical que vai ao encontro dos interesses dos patrões e dos pelegos e na contramão das reivindicações históricas da classe trabalhadora.



Há que se ressaltar que no dia 08 de maio, o governo, com apoio e festa da CUT, apresentou ao País a mini-reforma sindical, que além de legalizar as Centrais Sindicais, cria o Conselho Nacional de Relações do Trabalho, que terá a função de monitorar e “sugerir” ao governo quais as entidades sindicais que deverão ser reconhecidas ou não.


Em síntese, a CUT, através de sua direção majoritária, barganhou reivindicações fundamentais como o direito à Organização no Local de Trabalho, a ratificação da Convenção 87 da OIT que trata da Liberdade e Autonomia Sindical, por uma reforma que centraliza poder na cúpula das centrais e abre caminho para que direitos garantidos dos (as) trabalhadores (as) sejam atacados na próxima reforma trabalhista a ser feita pelo futuro governo.



Internamente, as profundas mudanças estatutárias antidemocráticas operadas já no final dos anos 80, a introdução dos negócios com o FAT, as câmaras setoriais, as sucessivas tentativas de pactos sociais, as manifestações de total apoio ao governo Lula, o triste 1º de Maio patrocinado pelos patrões e governo e o vergonhoso acordo do salário mínimo são demonstrações de que a CUT não cumpre mais a tarefa de ser um instrumento que unifique a classe e impulsione suas lutas.



É reconhecido que durante todo esse processo de degeneração, parcelas importantes do movimento sindical organizado dentro da CUT resistiram a essa mudança de rumo e em seus sindicatos de base deram a batalha e não capitularam a proposta de conciliação de classes ou de submissão aos governos de plantão. No entanto é preciso ir além nesse momento.



Precisamos contribuir, de forma efetiva, na construção de uma alternativa que ajude na disputa de rumos do sindicalismo brasileiro. Nesse sentido, é preciso mostrar com vigor que o sindicalismo brasileiro vai além dos “sindicatos de carimbo”, não se limita ao sindicalismo de resultados da Força Sindical e tampouco à forma proposta pela Articulação Sindical de “Sindicato Cidadão”, ou do sindicalismo do pacto social.



A forma mais eficaz para disputarmos os rumos do movimento sindical neste momento é reconstruirmos a unidade dos trabalhadores contra o neoliberalismo, buscando uma ação coordenada do movimento sindical combativo, através do Instrumento da Intersindical. O que, em nosso ponto de vista, pode dar-se independentemente de qualquer divergência organizativa que tenhamos no momento. Pois a crise atual do movimento sindical – que é de concepção, mas também reflete a situação objetiva de defensiva de nossa classe - não será resolvida por ações na superestrutura, pela criação deste ou daquele “novo” aparelho ou estrutura sindical.



A resolução desta crise depende, isto sim, de nossa capacidade em colocar realmente em prática uma ação sindical democrática, plural, autônoma, socialista e baseada na independência de classe. O que exigirá, em primeiro lugar, uma postura autocrítica e generosa de nossa parte, oposta a qualquer tipo de sectarismo ou autoproclamação.



Assim, a construção da Intersindical tem como objetivo organizar e mobilizar os (as) trabalhadores (as) do campo e da cidade para o enfrentamento de classe. E que, para isso, retome junto com as ações conjuntas, a preocupação militante com a formação e a organização no local de trabalho; que dialogue e atue com os movimentos sociais; que possa na diversidade construir a unidade daqueles que não se renderam à conciliação de classes e que reafirmam a necessidade de construir um sindicalismo autônomo e independente dos patrões, dos governos e dos partidos e que faça de suas ações cotidianas a busca por uma sociedade socialista.



Entendemos que só a resistência e a disputa interna dentro da CUT não serão suficientes para enfrentarmos o atual momento de fragmentação do conjunto do movimento e os ataques constantes exercidos pelo Capital.



Neste sentido, consideramos a existência de um duplo movimento, com o qual devemos manter o diálogo. Por isso reconhecemos que é legítima a posição daqueles setores de esquerda que continuam batalhando no interior da CUT, como também é legitima a posição dos setores, igualmente de esquerda, que optaram pelo seu desligamento da Central.



Acreditamos que o momento é de reunir forças e preparar o terreno para o ascenso da classe trabalhadora, que não acontecerá mecanicamente e nem nos espera na esquina, mas que certamente virá.



Fruto dessa análise e da necessidade urgente de retomar o vigor do movimento sindical, propomos a reconstrução da Ação e Organização Intersindical. Uma Intersindical que priorize a ação direta, que organize os que vivem do trabalho, dialogue e atue com os movimentos sociais e, nas ações cotidianas construa a unidade com os diversos setores e organizações já existentes dispostos a essa tarefa.



Uma Intersindical construída com aqueles que ainda militam dentro da CUT, mas que não capitularam a proposta de conciliação de classes e com aqueles que já se distanciaram ou deixaram a Central, que se encontram dispersos, mas com disposição para darem o salto de qualidade na superação da fragmentação.



Uma Intersindical que resgate os princípios fundamentais como a democracia construída entre iguais, a solidariedade de classes, o internacionalismo, a organização pela base, a autonomia e independência em relação aos patrões, governos e partidos.



Uma Intersindical que traduza estes princípios e esta visão política na resposta aos desafios de 2006, que não são poucos e nem pequenos; que nos permita dar conta da principal tarefa deste ciclo da luta de classes em nosso País que é a de reconstruir a unidade de companheiros e companheiras que sempre estiveram do mesmo lado da barricada. No mundo inteiro, os ataques do Capital avançam contra os direitos e conquistas da classe trabalhadora.


No Brasil não é diferente. Está em curso uma ofensiva pela reformas sindical, trabalhista e previdenciária e após as eleições, esses ataques se aprofundarão. O enfrentamento a tais ataques exige ações unitárias que coloquem trabalhadores e trabalhadoras em movimento, ganhando as ruas. Exige instrumentos que aglutinem o movimento sindical combativo, e que tenham capacidade de iniciativas conjuntas com os movimentos populares.



Uma Intersindical que negue qualquer pacto com a burguesia e seu Estado e que se empenhe no desafio de afirmar a necessidade histórica dos (as) trabalhadores (as) da construção do socialismo e da superação da sociedade de classes.



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